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10 anos do desabamento do Rana Plaza: Ainda precisamos perguntar quem fez nossas roupas

Após 10 anos do desastre de Bangladesh, o Fashion Revolution, maior movimento ativista de moda do mundo, usa a data para reforçar o Manifesto pela Revolução da Moda

O que é a Semana Fashion Revolution?

A Semana Fashion Revolution campanha que acontece anualmente ao redor do mundo com o objetivo de reimaginar coletivamente um sistema de moda justo e igualitário para as pessoas e o planeta, acontecerá de 22 a 29 de abril de 2023. O tema deste ano é o Manifesto pela Revolução na Moda com 10 pontos que reforçam a visão rumo uma indústria da moda que conserve e restaure o meio ambiente, e valorize as pessoas acima do lucro.


A notícia importante que recebemos aqui na Edição da Revista foi sabermos que nosso ex-colunista parceiro Miguel Dante Machado a partir deste ano se tornou Representante Oficial do Movimento Fashion Revolution para a cidade de Atibaia. E a conquista não é apenas do movimento global, mas também da cidade e região que nunca antes tiveram tamanha notoriedade para um movimento internacional de moda desta magnitude. A agenda ainda será divulgada nos próximos dias, mas já estamos ansiosos para os eventos e ações, sabedores da competência de realização e execução do nosso querido colaborador.

Ph: Anderson Macedo

E para que não conhece o trabalho incansável do Miguel Dante Machado, destacamos brevemente aqui algumas de suas múltiplas habilidades: é um ativista de direitos humanos, advogado, escritor, modelo e professor. É muito conhecido por sua atuação em diversas frentes para promover mudanças positivas na sociedade, incluindo a luta contra o racismo e a promoção da moda sustentável e ética.


Vale lembrar que abril de 2023 marca o décimo ano de aniversário da tragédia do desabamento do edifício Rana Plaza em Dhaka, Bangladesh, assim como o ano em que o Fashion Revolution foi criado. Usando os 10 pontos do Manifesto pela Revolução na Moda como ponto de partida, o movimento pretende mobilizar pessoas, amplificar vozes não ouvidas ou marginalizadas, e trabalhar em prol de soluções efetivas para a indústria da moda.


Na última década, o debate em torno da moda mais sustentável ganhou espaço e destaque, mas o progresso real é lento, considerando o contexto da crise climática e da crescente injustiça social. Embora a indústria da moda tenha um grande impacto negativo, esta mesma indústria tem o potencial de ser uma força de mudança.


Partindo da transparência da cadeia de fornecimento aos salários dignos, do desperdício têxtil à apropriação cultural, da liberdade de associação à biodiversidade, da luta antirracista a equidade racial e de gênero, o Fashion Revolution compartilha soluções para os problemas socioambientais relacionados à moda.


"A moda precisa estar atrelada à vida e à prosperidade. Fazer parte da construção de sociedades justas, alinhadas com a natureza, em ciclos regenerativos, onde desastres como o RanaPlaza nunca voltem a acontecer ", diz Fernanda Simon, diretora executiva do Instituto Fashion Revolution Brasil.

 

Foco na equidade racial e de gênero

 

Ao revisitar o Manifesto pela Revolução da Moda o Fashion Revolution chama a atenção para dois pontos fundamentais para ampliar o debate sobre raça e gênero na indústria da moda:


"4 - Que a moda respeite as heranças culturais, celebrando e fomentando a artesania e honrando os artesãos e artesãs. Que reconheça a criatividade como seu ativo mais forte. Que não se aproprie de nada sem permissão ou reconhecimento."


"5 - Que a moda fortaleça a solidariedade, inclusão e democracia. Que lute contra opressões de gênero, raça e classe e contra tudo que exclui. Que reconheça a diversidade como seu sucesso."


Decolonizar a moda é essencial para que todos pertençam, sintam-se representados e ocupem espaços com a sua ancestralidade, essência, corpos e conceitos. A existência, a identidade e até a maneira de se vestir de muitas pessoas é negada, proibida, violentada e marginalizada pela colonização do pensamento e pelo apagamento da história.


"De maneira não democrática e segregadora, criam-se abismos quando se trata de representatividade interseccional: gênero, raça e classe, nessa grande matriz do capitalismo.", diz Paloma Gervásio Botelho, Coordenadora de Diversidade do Instituto Fashion Revolution Brasil.

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