A nova voz da emoção: Matheus Torres fala sobre fama, moda e liberdade artística
- VAM Magazine
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Mineiro de origem e artista por essência, Matheus Torres, 32 anos, é cantor, compositor e escritor que vem conquistando espaço com uma proposta marcada pela autenticidade, profundidade emocional e estética apurada. Com uma sonoridade que mescla pop, indie e elementos do rock alternativo, Matheus se destaca por transitar entre diferentes estilos sem perder sua identidade poética e visceral.

Completando 11 anos de carreira em 2025, sua trajetória começou em bares e pequenos eventos, até alcançar grandes palcos e conquistar um público fiel, emocionalmente conectado à sua arte.
Finalista e vice-campeão do reality musical Estrela da Casa (Rede Globo), Torres rapidamente se tornou um nome a ser observado na nova geração da música brasileira, com turnês por diversas capitais e shows com ingressos esgotados.
Entre os marcos da carreira estão o álbum Uma Doce Maresia (2020), o EP Pode Ser (2023) e, agora, já sob o selo da Universal Music, o lançamento do EP Cadê Você (2025). Ainda este ano, Matheus prepara seu primeiro livro de poesias, crônicas e contos, intitulado Nuvens Passam Rápido, com previsão de lançamento em agosto, além de um novo long play previsto para outubro.
Mas sua arte não se limita à música. Em 2025, Matheus inicia uma fase de expansão criativa, unindo música, literatura, moda e imagem. Com olhar atento às narrativas visuais e à força estética que o rodeia, ele passa a incorporar elementos do universo fashion e publicitário ao seu trabalho, criando uma persona artística completa, contemporânea e conectada aos novos códigos da cultura e da comunicação.
Seja no palco, nas páginas ou diante das câmeras, Matheus Torres representa um novo momento da arte brasileira: sensível, provocador, real.
ENTREVISTA

Matheus, você começou nos bares e hoje lota shows pelo Brasil. Qual foi o momento em que percebeu que sua carreira tinha virado?Acredito muito na construção de algo sólido e na minha jornada como um todo. Sinceramente, não sei até que ponto posso considerar que minha carreira está como está hoje por causa de um fato isolado.Mas é inevitável notar a virada brusca que aconteceu quando participei da primeira edição do reality show Estrela da Casa, da Rede Globo. Estar 50 dias, 24 horas por dia, aos olhos do público, e terminar o programa em segundo lugar me deu uma visibilidade única e permitiu que a gente alavancasse shows e cantasse com muita gente pelo Brasil afora.
Como você define seu estilo? Sou muito prático. Em primeiríssimo lugar, eu tenho que estar me sentindo bem com o que estou vestindo e com o que quero transmitir às pessoas — seja através de um look, das minhas abordagens artísticas ou da forma como me relaciono. Me apego muito ao que é mais clássico, principalmente coisas que flertam com os anos 70 e 90. Aí, depende muito do meu humor.
A moda tem um papel importante na sua identidade como artista? Nos últimos tempos, venho mergulhando na ideia de como posso ampliar minha forma de comunicar e conectar com as pessoas através da moda. Me preocupo em trazer significados e verdades por meio da música e da escrita — e não poderia ser diferente na imagem. Quero construir meu "todo" usando o apelo visual como um pilar significativo. Ainda estou dando meus primeiros passos rumo a uma consciência mais formada sobre isso — um mundo vasto, cheio de descobertas incríveis.
Você se sente à vontade sendo uma referência de imagem para o público? Sim. Muito à vontade.

Moda e música andam juntas no seu trabalho? Como você escolhe o visual dos shows e clipes? Cada vez mais. Como disse, estou formando uma consciência mais sólida de como posso usar toda essa potência ao meu favor. Para eventos específicos, shows maiores, ensaios e presenças especiais, tenho o prazer de contar com o styling de Luan Ventilari. Já para shows mais enérgicos e para o cotidiano, escolho o visual de acordo com meu estado de espírito. Nunca pode faltar jeans regular com lavagem clara, jaquetas de couro, alguma alfaiataria e toda sorte de cores que não sejam vibrantes. O resto fica por conta dos acessórios. Amo relógios e anéis para compor.
Já pensou em lançar uma marca ou assinar uma coleção? Se sim, que estilo ela teria? Seria incrível, mas creio que ainda não seja o momento ideal. Acredito que oportunidades virão à medida que eu mergulhar mais nesse ecossistema.
Qual foi o look mais marcante da sua carreira até hoje? Acredito que o do Prêmio Multishow 2024. O Luan me vestiu com um look all black, com uma camisa transparente e uma espécie de fita de tecido alongada nas mangas. Foi a primeira vez que realmente saí totalmente da minha zona de conforto — e mesmo assim, me senti muito bem.
Você se cuida bastante? Quais são os rituais de beleza e bem-estar que fazem parte da sua rotina? Sou muito prático. Uso protetor solar no rosto e alguns produtos para nutrir e hidratar os cabelos. Aprendi que é muito importante manter o cabelo bem tratado depois de quase dois anos de descoloração mensal. Para minha paz de espírito, complemento com terapia, literatura, longas caminhadas, um pouco de musculação e, o mais relevante para mim: estar sempre rodeado de pessoas boas.
Sua arte é muito sensível e emocional. Isso também aparece na sua forma de se vestir? Creio que bem menos. Na verdade, meu jeito mais comum de me vestir antagoniza isso: jaqueta de couro, jeans preto, sapato preto... uma coisa meio dark, meio trevosa (risos).
Você acabou de lançar um EP e vem aí um livro. Como esses projetos mostram o seu momento atual? Estou há 11 anos nessa estrada e vivi muitas vidas até aqui. O momento atual é incrível. É uma grande realização poder lançar esse EP no mês que vem e, logo na sequência, um livro de crônicas, poesias e pequenos contos que estava engavetado há uns dois anos. Toda essa movimentação tem me levado a lugares que eu nunca imaginei alcançar e me apresentado pessoas incríveis. A conexão com os fãs, a troca de carinho, nós cantando juntos nos shows — é impalavrável.
O que o público vai encontrar de novo nessa nova fase com a Universal Music? É um momento de construir bases fortes, cultivando quem já está por perto e, a partir daí, mirar novos objetivos. A Universal me ofereceu a chance de pertencer à gravadora como artista, e meu maior objetivo é criar canções que conectem e façam parte da vida das pessoas. Não sou uma pessoa rasa. Quero uma carreira longeva, que viva além de mim, que tenha força maior que a minha como ser humano — e que ajude as pessoas a perceberem que não estão sozinhas. Ter mais visibilidade e alcance para chegar ainda mais longe.

O que te inspira fora da música — na arte, na moda, nas pessoas? O que mais me inspira é o cotidiano. Sou um grande apreciador de detalhes simples demais para serem considerados especiais. Sou absurdamente esteta, mas nada se sustenta se a beleza não parte de dentro. Ver seres humanos agindo com humanidade definitivamente é o que mais me cativa, inspira e emociona na vida.
E olhando para o futuro: onde você se vê nos próximos anos? Palcos maiores, novas áreas... o que vem aí? Espero seguir tendo a liberdade de me expressar através de qualquer manifestação artística. O planejamento deste ano ainda inclui o lançamento de mais um álbum — e estar na pré-produção dele tem me trazido muita vida. Gostaria de excursionar por todos os estados do Brasil e também fora do país. Quero estender minha presença para a moda, a atuação e, quem sabe, para a literatura infantil. Sou extremamente curioso, embora tenha os pés no chão. Acredito que, com muita determinação, as coisas vão se construindo de forma natural — como deve ser.


Foto: @netolinss
Styling: @luanventilari
Matheus veste @docthos @calvinkleinbr @christianlouboutin @off____white
Grooming: @rayssa.beauty
Studio: @zoidestudio
Leiam. Está enriquecedora esta entrevista. Matheus Torres (cantor e escritor) foi entrevistado pela revista Vammagazine. Sigam ele em suas redes sociais e nas plataformas de streaming. O link para as suas redes sociais oficiais se encontram em linktr.ee/umadocemaresia