Adriana Marchi: estilo, identidade e a liberdade depois dos 50
- VAM Magazine

- há 1 dia
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Como transformar a experiência de vida na maior aliada do estilo pessoal.

Depois de uma temporada em Paris, Adriana Marchi voltou com mais do que referências estéticas na bagagem. Trouxe reflexões sobre tempo, identidade e o lugar da mulher madura na moda. Influenciadora e consultora de estilo, ela construiu sua trajetória defendendo uma relação mais consciente com o vestir, onde a elegância nasce da autenticidade e não da imposição de tendências.

Para Adriana, Paris é um convite permanente ao olhar atento. A cidade ensina que moda não é performance, mas presença. “O estilo em Paris não parece fabricado. Ele é vivido.” Está no caimento preciso, na escolha dos tecidos e na postura de quem sabe exatamente quem é. “Menos comunica mais, e a verdadeira sofisticação está em escolhas que atravessam o tempo.”
Esse aprendizado dialoga diretamente com o momento que ela vive hoje, depois dos 50. Para Adriana, a maturidade libertou o vestir de qualquer necessidade de aprovação externa. “A mulher madura não precisa provar nada.” Ela explica que o estilo passa a funcionar como um reflexo de toda a trajetória pessoal. “Usar a moda é expressar a própria história.”

Ao observar as parisienses, Adriana se encanta com a naturalidade elegante que parece simples e, ao mesmo tempo, profundamente elaborada. “Existe intenção em cada escolha.” Segundo ela, essa elegância nasce da combinação entre essência e personalidade. “É usar o essencial com verdade e deixar o estilo falar antes da palavra.”
Quando o assunto são tendências para mulheres 50+, o discurso é direto e sem concessões ao modismo passageiro. “A mulher madura busca propósito.” Para ela, o que faz sentido é tudo aquilo que une modernidade, conforto inteligente e elegância atemporal. “Não é a mulher que precisa se adaptar à moda. É a moda que tem de acompanhar essa mulher.”
Como consultora, Adriana leva exatamente esse olhar para suas clientes. A maturidade refinou sua escuta, ampliou sua sensibilidade e mudou a forma de enxergar o vestir. “Hoje não trabalho apenas com roupas, trabalho com histórias.” Para ela, conforto, autenticidade e propósito são as bases de qualquer construção de imagem verdadeira. “Cada fase da vida pede um estilo diferente.”

Ao falar do mercado, Adriana reconhece avanços na representatividade das mulheres acima dos 50, especialmente na comunicação das marcas, mas reforça que ainda há muito a evoluir. “Não basta colocar mulheres maduras em campanhas.” Segundo ela, é preciso criar peças pensadas de fato para esse público. “Modelagem, cortes e tecidos precisam compreender esse corpo e essa vivência.”
Ela também aponta uma contradição frequente no Brasil: marcas cujo público principal é composto por mulheres maduras continuam usando modelos muito jovens em suas campanhas. “Isso cria um distanciamento entre quem consome e quem se vê representada.” Para Adriana, ignorar o peso desse público é ignorar o próprio movimento do mercado. “A mulher madura não apenas consome moda. Ela influencia, investe, fideliza e movimenta todo o setor.”

A temporada em Paris reforçou um aprendizado pessoal importante. “Não me deixo levar pelo novo apenas por ser novo.” O que permanece relevante é o que carrega sentido. “Busco o que tem história, propósito e verdade.” Para ela, essa é a maior lição da moda: “As tendências passam, mas a identidade permanece.”

Viver a moda com autenticidade, em qualquer fase da vida, é um exercício diário de liberdade. “É ter coragem de ser quem se é, sem pedir permissão.” Aos 50+, essa consciência se fortalece. “Já sabemos o que nos representa e o que não faz mais parte de nós.”
Adriana conclui resumindo sua visão sobre estilo. “Quando a moda nasce da verdade, ela se torna leve, honesta e transformadora.” E finaliza com a frase que define sua jornada: “Estilo não tem idade. Tem identidade.”

Por Antonnio Italiano



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