Antonio Bento Ferraz, diretor, ator e roteirista, lança a série “Acesso Total– Botafogo”
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Antonio Bento Ferraz, diretor, ator e roteirista, lança a série “Acesso Total– Botafogo”

Idealizada e dirigida por Antonio Bento, “Acesso Total – Botafogo” terá 8 episódios, e está

sendo gravada desde o início da pandemia. Em formato documental, a série acompanha de

perto o dia-a-dia do clube durante toda a campanha da Série B, considerada por muitos, como

a mais difícil de todos os tempos, narrando todo o processo de reconstrução do centenário

clube, desde a chegada da nova diretoria, passando por toda a reformulação interna de

dirigentes e pelo processo de profissionalização do seu futebol, contando mais uma vez com a

força de sua apaixonada torcida.

Com a popularização de séries sobre esportes e seguindo os formatos já consagradas sobre

bastidores do futebol, como “Sunderland – Até Morrer” da Netflix e da marca “All or Nothing” do

Manchester City, Tottenham e Seleção Brasileira da Amazon Prime Video, “Acesso Total -

Botafogo” busca alcançar o seu espaço alavancando a marca Botafogo para todo o território

nacional e exterior.


Para conhecer mais sobre esse novo trabalho, nosso editor chefe, Antonnio Italiano conversa com Antonio Bento.

Tenha ótima experiência de leitura!

VAM: Vamos começar essa entrevista com você nos contando sobre como surgiu a ideia de fazer essa série sobre o Botafogo e como foi gravá-la?

Eu tenho 2 paixões: cinema e Botafogo. Sempre quis unir essas duas coisas. Por tudo que está acontecendo no clube esse ano, achei que era a oportunidade perfeita pra se fazer uma série sobre os bastidores.

Procurei uma produtora pra ser minha parceira, que foi a Sp2 Conteúdo, e levamos a ideia ao Botafogo, que comprou de cara. Está sendo um processo muito lindo, embora bastante cansativo e intenso. Sei da responsabilidade que é documentar esse recorte tão importante de um clube como o Botafogo, que vive o momento mais difícil da sua história, mas ao mesmo tempo é um privilégio acompanhar tudo tão de perto. É um projeto longo, que dura um ano inteiro, com muitas variantes, mas o resultado final vai ser compensador.

VAM: O que o espectador - que é apaixonado por futebol assim como você - vai poder ver de fato nessa produção?

Tenho certeza que é uma série que agrada todo tipo de espectador que gosta de um bom documentário. Se for fã de futebol, não necessariamente botafoguense, mais ainda. Me impressionou muito como o clube através de seus dirigentes, atletas e comissão encararam de peito tão aberto. Realmente entramos na rotina do clube, em todos os assuntos mais exclusivos. Um prato cheio pra quem gosta de produções do gênero.

VAM: Essa paixão pelo clube vem do seu pai, o ator e diretor, Buza ferraz?

Sem dúvidas. Sou o caçula de 5 filhos do meu pai, e o único que seguiu a paixão pelo Botafogo. Meu pai era torcedor fanático, daqueles que o humor da semana dependia do resultado do jogo do domingo. Eu saí a cópia. Minha vida gira em torno do Botafogo. Gostaria que ele estivesse vendo de perto essa série e podendo dividir com ele tudo que estou vivendo. É um momento mágico pra mim, não só como um diretor e produtor, mas também como torcedor. Mas tenho certeza que ele estará feliz ao final disso tudo, onde quer que esteja.

VAM: As gravações começaram em 2019, início da pandemia. Isso abalou a equipe de alguma forma por conta das restrições? De que maneira vocês lidaram com isso?

Gravamos muito pouca coisa em 2019. A série começa pra valer em fevereiro de 2021. A pandemia estava no auge, mas não nos afetou muito pra falar a verdade. Claro que seguimos o básico dos cuidados, como usar máscara o tempo todo durante a permanência no estádio e nos jogos, mas fora isso, nada de diferente.

VAM: Pesquisando sobre sua carreira, vimos que você tem inúmeras webséries premiadas internacionalmente, inclusive o “Canal Atu[R]ando” (youtube), onde você é fundador, diretor, ator e roteirista. Foram 11 Prêmios Internacionais e eleita uma das 15 melhores webséries do mundo na Copa do Mundo das Webseries com mais de 30 indicações em festivais. Websérie é um caminho?

Eu digo que as webséries são o presente. Existe um mundo em torno dessa indústria que eu só fui conhecer em 2015 quando fiz meu canal e comecei a produzir mais intensamente pra Web. Eu já havia feito uma websérie em 2013, mas acreditava que o único destino possível pra esse conteúdo era mesmo o youtube. Até que em 2015 conheci o Rio WebFest, o primeiro festival exclusivo de Webs do Brasil e aí percebi que era muito além. Existem milhares de plataformas de streaming voltadas pra esse nicho e festivais em todas as partes do mundo. Quando fomos concorrer no nosso primeiro ano em Miami, por exemplo, vimos pilotos de séries de grandes estúdios de TV. Produções com orçamentos milionários participando dos festivais. É um mercado que cresce cada vez mais e precisamos estar de olho.

VAM: Como você avalia o mundo do audiovisual com todos os problemas enfrentados pela cultura atual no Brasil?

Eu sempre digo que, problemas no audiovisual, nós sempre tivemos e sempre vamos ter. Não é uma exclusividade do atual governo. Os problemas eles só mudam, mas sempre estiveram aí. Cabe a nós artistas enfrentarmos as dificuldades e nos reinventarmos sempre. Já passamos por coisa pior e não acabamos. Nem vamos acabar.


VAM: Você está produzindo um documentário sobre a vida do seu pai. Fale-nos um pouco sobre esse projeto.

Sem dúvida nenhuma, o projeto mais difícil da minha vida. Porque é um universo que também é novo pra mim. Eu não vivi o tempo áureo da carreira do meu pai, nem na TV nem no teatro. Então é uma grande descoberta pra mim. É entrar na vida do meu pai de uma forma indireta. Através do olhar de outras pessoas. Eu comecei em 2019, parei durante a pandemia, e vou retomar em 2022 quando as coisas melhorarem. Vai se chamar "Buza Para Todos" e vai explorar principalmente a importância do meu pai no teatro, como diretor, ator e produtor, dono de uma das grandes companhias de teatro da época.

VAM: E o ator? Você tem algum projeto de cinema?

Sim, estarei no elenco de um longa-metragem de suspense que deve estrear ainda no primeiro semestre de 2022.

VAM: Você é um artista que se coloca politicamente?

De uns anos pra cá, tenho tentado cada vez mais restringir minhas redes sociais para minha carreira, seja de ator, diretor, roteirista, escritor ou produtor. Evito postar fotos de família, amigos, estilo de vida e principalmente política. Estamos passando por um momento muito conturbado e dividido. E acho que essa opressão vem dos 2 lados. Qualquer coisa tirada do contexto pode acabar com uma pessoa. Por isso eu evito me pronunciar sobre certos temas publicamente. Entendo e respeito colegas de profissão que se sentem obrigados a defender bandeira A ou B, mas não é minha linha. Não ponho minha mão no fogo por nenhum político por aí.

VAM: Na sua opinião, qual o caminho a ser seguido para se poder realizar projetos no campo do audiovisual, TV e streaming?

Acho que é o momento ideal. É claro que a pandemia freou o mercado, muitos amigos passaram por dificuldades e momentos muito difíceis, mas agora, com as coisas voltando ao normal, o mercado reaqueceu. Muitas produções brasileiras vêm sendo feitas e cada vez mais streamings e plataformas surgindo. É um “boom” no mercado. É o momento de saber tirar os projetos da gaveta e arriscar. E sabemos fazer audiovisual muito bem feito por aqui. É entender a demanda do mercado, buscar parceiros pro seu projeto e tentar.

VAM: Você tem ídolos?

O maior deles já se foi. Que era meu pai. Minha maior frustração é nunca ter feito um trabalho profissional ao lado dele. Até fiz uma ponta no filme que ele dirigiu, "For All - O Trampolim da Vitória", mas eu era muito pequeno e fiz figuração. Mas pelo menos tenho uma coleção de filmes caseiros que fizemos na minha infância e adolescência onde pude ter o gostinho de atuar ao lado dele e ser dirigido por ele.

VAM: Quem você gostaria de dirigir?

Talvez a resposta não seja "quem" e sim "o que". Embora eu seja formado no teatro, nos últimos anos o audiovisual esteve muito mais presente na minha vida. E minha paixão é o cinema. Então eu gostaria de dirigir meu primeiro longa.


Fotos: Marcio Rangel

Editor Chefe: Antonnio Italiano

Assessoria: Equipe D Comunicação

Stylist: Ronaldo Robim


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