Cardiologia, Clínica Médica, e Risco Cirúrgico
Rio de Janeiro
A hipertensão nada mais é do que a pressão alta no organismo. Trata-se de uma doença silenciosa, visto que não apresenta sintomas agudos, que façam o indivíduo buscar ajuda médica imediatamente. Não raramente, a pessoa nem sabe que tem pressão alta. Mas, será que a hipertensão em crianças e adolescentes pode acontecer? Se sim, o que pode ser feito para evitar e/ou reverter este quadro? É o que vamos ver na coluna deste mês de agosto.
O profissional da área da Cardiologia é extremamente importante quando o assunto é saúde do coração, já que se dedica com muita responsabilidade na avaliação e no diagnóstico de todo o sistema circulatório. Além disso, há várias especialidades dentro da área que são muito interessantes para entender melhor sobre o trabalho desses profissionais e para obter um conhecimento mais amplo sobre esse assunto.
A hipertensão é uma condição clínica caracterizada pelo aumento da pressão arterial. É considerado um problema de saúde pública, afetando pessoas de todas as idades e condições sociais, podendo, inclusive, acometer crianças e adolescentes.
Em todo o mundo, o número de pessoas afetadas pela doença é alarmante. No Brasil,
cerca de 30% da população é diagnosticada com hipertensão, aponta a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Esta, por sua vez, pode trazer diversos problemas para o coração, cérebro, rins, dentre outros órgãos, portanto, é uma condição que merece muita
atenção.
Ao contrário do que se pensa, a preocupação com a hipertensão em crianças e adolescentes deve ser ainda maior, sobretudo se pais possuem a doença, uma vez que ela possui um caráter hereditário.
DIAGNÓSTICO DE HIPERTENSÃO
O diagnóstico de hipertensão não é feito somente com uma medida de pressão. Para um diagnóstico preciso, são necessárias pelo menos 3 medidas de pressão aumentada, em diferentes situações. Os valores são analisados conforme um quadro que indica a idade, altura e sexo do paciente.
No caso de crianças e adolescentes, é comum que a hipertensão esteja associada a outra condição, como obesidade e alimentação inadequada. No entanto, nem todas as causas de hipertensão infantil e em adolescentes ainda foram determinadas.
A fim de obter o diagnóstico precoce e minimizar os danos da doença, o ideal é que crianças a partir dos 3 anos de idade tenham pressão medida sempre em consultas de rotina. Antes dessa data, a medida da pressão é feita quando há suspeita de algum outro problema de saúde.
Para realizar a medida de pressão é necessário que a criança ou adolescente esteja descansada, ou ao menos tenha estado sentada por 5 minutos, em repouso. Lembrando-se que os aparelhos usados para medir a pressão em adultos não são os mesmos utilizados para crianças.
Existem aparelhos de pressão específicos para pediatria. Eles geralmente são menores e com o manguito apropriado para ser colocado no braço da criança. Enquanto isso, o médico utiliza o estetoscópio para auscultar (por isso este método de medir pressão é denominado método auscultatório).
CAUSAS E FATORES DE RISCO DA HIPERTENSÃO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Manifestação secundária de outras doenças, como problemas renais, pulmonares ou
problemas do coração;
Consumo de anticoncepcionais;
Hereditariedade;
Obesidade;
Sedentarismo;
Alimentação inadequada com altas taxas de sal;
Adolescentes: consumo de bebidas alcóolicas.
Consumo de anabolizantes;
TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO INFANTIL
No caso dos adolescentes, se o paciente não estiver acima do peso, deve ser investigado o consumo de cigarros ou de anabolizantes. Após o diagnóstico da hipertensão na criança ou no adolescente, é preciso investigar as causas.
A alimentação e hábitos também devem ser investigados, uma vez que hábitos deletérios de alimentação, com consumo excessivo de sal e alimentos industrializados, também podem contribuir para o surgimento da hipertensão em crianças e adolescentes.
Se caso houver uma doença de base instalada e a hipertensão for causa secundária, é importante que o tratamento seja instituído o quanto antes, com o ajuste ou troca damedicação, seja ela corticoides ou anticoncepcionais, por exemplo.
Contudo, a grande maioria dos casos de hipertensão diagnosticados não envolve uma doença de base, não sendo a hipertensão uma doença secundária e sim o sintoma primário de hábitos ruins para o organismo.
Assim, a mudança de estilo de vida é uma das principais linhas de tratamento para hipertensão em crianças e adolescentes.
Alimentos industrializados, além de serem cheios de conservantes químicos, têm quantidades excessivas de sal. Por sua vez, o consumo excessivo de sal, o excesso de peso e a inatividade andam de mãos dadas com a hipertensão.
Dentre esses alimentos industrializados estão vários favoritos de crianças e adolescentes, como salgadinhos, refrigerantes, ketchup, dentre vários outros. Todos esses alimentos têm quantidades excessivas de sal adicionado, explicito na tabela nutricional no campo sódio.
Desta forma, não é só o sal que tempera a comida que deve ser a preocupação, mas sim sal adicionado nos alimentos industrializados.
Além disso, crianças e adolescentes na atualidade não costumam, em sua grande maioria, ser muito ativos. Gastam horas na frente da TV, computador ou celular, jogando. Porém, sabe-se que a atividade física é fundamental para a saúde e o simples fato de reduzir as horas de inatividade e aumentar a movimentação, pode melhorar e muito a qualidade da saúde dos hipertensos.
Para as adolescentes, que ainda podem associar o fumo ao uso de anticoncepcionais, o risco de hipertensão é ainda maior e ´pode ser ainda mais nocivo.
Por fim, o uso de anabolizantes em academia também é outro causador de hipertensão em
adolescentes. São remédios que jamais devem ser utilizados sem orientação médica, principalmente por adolescentes, uma vez que trazem danos irreversíveis ao organismo.
Em resumo, a hipertensão em crianças e adolescentes passa por um correto diagnóstico, avaliação das causas e mudanças de hábitos, para que essa paciente não sofra com as consequências da hipertensão.
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