Fotos: Anderson Macedo
Entrevista: Deise Dantas
Make/Styling: Felippe Schiavelli
Vincenzo Richy tem muito o que mostrar. Versatilidade pode ser o seu segundo nome e os desafios da vida não os intimida. Nasceu na Itália mas seu coração é um eterno viajando e sua alma uma caçadora de conhecimento. Em nossa entrevista encontramos um ator com letra maiúscula e principalmente alguém apaixonado pela arte em dar vida a outras vidas.
O que é atuar para você?
“Para mim é tudo e ao mesmo tempo é nada. A escolha de ator veio da necessidade de querer representar a vida humana. Eu vou me explicar melhor: Eu acho que eu tenho muito a dizer e quando era criança pensava: O que eu quero ser quando crescer? Eu fui querendo englobar todas as profissões em uma só, e o ator é o que representa todas. O ator é um eterno aprendiz, você sempre vai aprender com cada personagem. Atuar é um sinônimo de compaixão, nós não devemos julgar nosso personagem, ele pode ser o assassino ou padre, jamais podemos julgar. E atuar me ensinou muito!”
Você acredita que além do teatro, exista outros meios para buscar a construção e preparação para atuar?
“Quando a gente escolhe ser ator encontramos várias linguagens no meio da nossa caminhada, mas o teatro é sempre a base de todas as linguagens. É onde encontramos a técnica de interiorizar e se entregar realmente. As outras linguagens que existem que são a televisão, o cinema, os musicais, a publicidade, tem uma vasta gama para nós atores, porém me identifico muito com o cinema e com o teatro que são duas linguagens bem parecidas. Realmente o teatro e o cinema te levam para lugares de entregas muito mais profundos que a televisão. Por que a televisão é uma indústria é tudo muito rápido, onde não há o tempo de entregar nas cenas o quanto deveria. E com isso temos que ter jogo rápido de cintura, tanto para a equipe, tanto para os atores e o diretor. Nós temos que entregar o produto muito rápido.”
Você acha que existe ator específico para cinema, teatro e televisão?
“Hoje em dia eu acredito que sim. Conheço muitos colegas de trabalho que nunca fizeram teatro na vida e que estão fazendo três, quatro novelas e aprendem ali. A televisão é uma grande escola para ator, em questão de: decorar texto, a questão de ser versátil, ágil. Por que gravamos várias cenas, então passamos pelos sentimentos do amor e ódio muito rápido. Nós conseguimos nos entregar, mas conseguimos interpretar algo bem verdadeiro. As pessoas acham que o teatro é o mais, mas eu não vejo assim. Na verdade o menos é mais. É engraçado, você pode estar na ultima fileira do teatro, mas se ator estiver muito concentrado, você consegue captar e sentir o que ele está representando. Na televisão nós trabalhamos com os planos e para não quebrar o eixo da câmera temos que ficar quase que imobilizado. Já no teatro ele precisa do seu corpo inteiro sua integra 100% e é uma resposta imediata. Todo ator que faz teatro sente a resposta do público na hora e isso é mágico é um canal entre o ator e público estabelecido na hora.”
Televisão, teatro e cinema, todos tem os mesmos desafios ou são trabalhos totalmente diferentes?
“Todo trabalho tem um desafio diferente. Depende muito do trabalho do personagem e isso pode ser no teatro, na televisão, no cinema depende muito da sua concentração e da sua entrega. Sou uma pessoa que gosta de entender mesmo o personagem, então eu gosto de fazer essa preparação comigo mesmo. Um exemplo é o meu personagem que estou interpretando na novela. O Vinicius trabalha numa padaria, começou sendo o patinho feio e ele é oito mais novo do que eu (Vicenzo tem 25 anos e da vida a um personagem que está na adolescência). e com isso eu tive que mudar o conceito, tive de pensar diferente, ouvir muito. Fui em escolas assistir algumas aulas, estudei os meus textos dentro de uma padaria para realmente ver como funciona, para saber como é a comunicação, costumes. E no caso desse personagem eu quis trazer um corpo bem específico para ele que desde da infância sofria com uma auto estima muito baixa. E fui buscando referência e trazendo também para o lado da comédia”
Você que é italiano é ligado a moda?
“Bem eu na nasci na cidade de Nápoles e sim nós muito ligados a moda. Aprendemos a nós vestir e isso é engraçado por que eu tive que mudar isso quando cheguei aqui no Brasil. Acho que o homem brasileiro ainda está numa fase de não aceitar a vaidade e ainda tem um preconceito grande. Digo até como uma forma de sobrevivência pois tive que mudar meus trejeitos para me adaptar aqui. Eu que morei em Goiânia, Rio de Janeiro e agora em São Paulo, em cada cidade houve uma desconstrução.”
Em seus trabalhos como modelo, você usa o lado da interpretação para passar uma maior intensidade nas fotos?
“Eu acho que hoje o mercado, há um preconceito sobre o que é ser modelo e o que é ser ator. Então o meu biótipo é muito visto como modelo. Me lembro muito bem, nos meu estudos na minha formação de ator eu tive que fazer um grande esforço para que as pessoas me vissem o meu talento e não apenas a minha beleza. Eu acredito que o meu grande desafio foi esse. Me inspirei em grandes nomes, minhas inspirações vêem de biografia de atores. Eu li muito sobre o Brad Pitt, ele passou uma desconstrução por que Hollywood só via nele um modelo e nos testes que fez que ele é um ator que se entrega para o papel e despertou a atenção do diretor. Então vários biótipos de galãs passam por isso por este preconceito hoje em dia, então eu nunca quis migrar para o lado modelo, sempre quis estar ligado ao lado ator. E sempre fui muito feliz na minha carreira, pois nunca interpretei um galã ou um príncipe, mas sempre fiz papeis que me tirassem da minha zona de conforto, sempre me trazendo algo novo e que aprendesse com aquilo.”
O streaming pode ser visto como um novo canal para o mercado de trabalho para atores/atrizes?
“Hoje o streaming é uma das principais ferramentas de trabalho. Penso que a arte é para todos, eu queria que mundo chegasse até a minha arte. O streaming veio para isso, por que quando a gente trabalho na Netflix, Amazon, HBO você faz o produto para o mundo, não fica só em um país como a novela, que não é algo vendido para fora as pessoas não te conhecem. O alcance do streaming te abrem portas do mundo inteiro é o sonho de cada ator – é o meu sonho também.”
Quais os planos pós – As aventuras de Poliana?
“As aventuras de Poliana vai até agosto de 2020 e já em agosto estreia “As aventuras de Poliana Moça” que vai até agosto de 2021. É uma nova fase e alguns personagens continuam nesta nova trama. O Vinicíus vai ficar e ele conquistou o Brasil pela compaixão. Por que todo brasileiro se identificou com ele que é um rapaz de comunidade, que tem um coração muito sincero, que luta, que acredita que um rapaz da comunidade pode virar médico, pode ser tornar um homem bem sucedido E ele mostrou também que não é o mais importante a beleza exterior, mas que a beleza interior é a mais importante. Mesmo ele ter passado por uma transformação na fisionomia ele conseguiu passar para o publico que o que interessa é o que temos por dentro. E tudo isso será gravado até dezembro de 2020. E o Vincenzo quem sabe já estará em Los Angeles em janeiro de 2021. Mas eu gosto de uma frase que fala: Deixa a vida me levar, vida leva eu.”
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E que ela te leve para a calçada das estrelas Vincenzo!
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