Atriz, cantora, apresentadora, produtora de conteúdo e, também, idealizadora do ‘Clube do Livro’, a artista faz história com projetos inspiradores e marca gerações
Em atividade desde os 13 anos, Sophia é uma potência nas diversas vertentes que atua. Atualmente, ela está com novos planos e se dedica ao seu canal no Youtube e ao Clube do Livro, que tem como proposta o incentivo à leitura com seus fãs e seguidores. No Clube, que celebra 3 anos em 2022, os inscritos escolhem mensalmente um livro juntos e, ao final de cada mês, durante live no Facebook de Sophia, debatem a obra lida. A partir disso, os autores nacionais e estrangeiros Harlan Coben, Karin Slaugher, Lisa Genova, Ayòbámi Adébáyò e muitos outros souberam do projeto e enviaram mensagens para os inscritos. A ideia surgiu após Sophia, que tem quatro livros publicados em parceria, perceber a constante interação de seus mais de 5 milhões de seguidores que acompanham fervorosamente as breves resenhas que ela faz em seus stories pedindo mais dicas de livros. Seu canal no Youtube atualmente possui milhões de visualizações e, nele, Sophia explora diversas vertentes, como vlogs, entrevistas, interações com os seguidores, e aborda assuntos relevantes, como feminismo, culinária, moda, comportamento e lifestyle.
Sua carreira começou cedo, teve oportunidade de morar em diversos países onde participou de catálogos, desfiles e comerciais de televisão, e já chegou a morar cinco meses na China, trabalhando como modelo. Ao retornar ao Brasil, fez curso de interpretação e Expressão para TV, Publicidade e Teatro, em São Paulo, e logo foi escalada para o elenco da novela “Malhação“. No papel de Felipa, ganhou destaque e notoriedade em todo o país. Em 2010, passou a co-protagonizar a telenovela “Rebelde” na Record, como Alice Albuquerque e, com o resto do elenco, formou parte de uma banda homônima. O primeiro álbum da banda vendeu mais de 115 mil cópias, recebendo disco de ouro e de platina duplo. Já o segundo álbum, gravado ao vivo, em São Paulo, em formato de CD/DVD, alcançou uma vendagem total de 140 mil cópias e foi certificado com um disco de ouro e de platina duplo. Versátil no universo audiovisual, acumula no currículo grandes produções como o filme “Confissões de Adolescente”, também presente no teatro; e a novela “Amor à Vida”, da Rede Globo. Em 2014, fez sucesso como Gaby, na novela das 19h da Rede Globo, “Alto Astral“. Sua expoente trajetória também caminha pelo cenário musical, onde teve múltiplas conquistas e destaques: no final de 2015 lançou o álbum “Sophia Abrahão“, que, em menos de 24 horas, se tornou o álbum mais baixado do iTunes. Sophia passou por várias capitais do Brasil com a turnê “Tudo que eu Sempre Quis Tour”, carregando uma legião de fãs e espectadores por onde passou. Além disso, em 2016, Sophia foi indicada ao Latin Grammy, principal prêmio de música mundial, como Melhor Artista Revelação.
Ainda em 2016, além da turnê, que passou por algumas capitais do Brasil, Sophia participou do quadro “Dança dos Famosos” no Domingão do Faustão, no qual conquistou o vice-campeonato e arrancou elogios do público. Na dramaturgia, e em mais uma novela marcante, atuou como Vitória Leitão na primeira fase do folhetim “A Lei do Amor“, da Rede Globo. No mesmo ano, Sophia, multifacetada, entrou na lista FORBES UNDER 30 – lista da revista Forbes com pessoas no Brasil de até 30 anos que se destacaram em suas atividades –. Ela recebeu destaque na categoria cinema, televisão e teatro. Em 2017, a artista assumiu a bancada como apresentadora fixa do Vídeo Show, onde ficou até o final do programa, em 2019, fazendo um revezamento com Otaviano Costa e Joaquim Lopes; e lançou o seu segundo álbum, o Dance!, que em 24 horas atingiu o primeiro lugar no iTunes. Em 2021, a atriz entrou para o elenco da novela “Salve-se Quem Puder”, da Rede Globo. Na obra, Sophia deu vida à Julia, uma advogada workaholic com diversos momentos cômicos, adorados por ela. “Dei muita risada com os textos da personagem. Amei essa volta às novelas de um jeito leve e divertido”, finaliza Sophia.
Vem descobrir ainda mais sobre a multiartista nessa entrevista com o Editor Chefe, Antonnio Italiano, lei a seguir e veja o editorial exclusivo para a VAM Magazine:
VAM: Sophia, VAMos iniciar a entrevista falando sobre a importância e incentivo a cultura. Você iniciou a sua carreira aos 13 anos, quem incentivou a começar tão cedo? Conte como foi esse processo, e como percebe o incentivo à arte no Brasil? Minha carreira iniciou-se aos 13 anos, de forma inusitada. Estava com minha mãe andando em uma rua próxima à nossa casa, em São Paulo, quando um empresário de uma agência de modelo nos abordou.
Ele disse que tinha visto em mim um potencial promissor e nos falou que deveríamos procurá-lo, para assim, quem sabe, começarmos a trabalhar minha imagem dentro do universo da moda.
Na época, nem cogitava essa possibilidade. Cresci em uma família que valorizava bastante a parte acadêmica.
Meu pai é médico, e creio que por conta de sua influência, sempre tive o sonho de seguir seus passos.
Mas a partir desse convite, minha vida mudou por completo. Depois da minha descoberta, comecei a fazer algumas publicidades, alguns desfiles, ensaios de fotos e todos os trabalhos que envolviam esse universo.
Até que em 2006, essa experiência adquirida em SP me impulsionou a percorrer meu caminho de forma mais independente. Aos 15 anos saí de casa e fui morar do outro lado do mundo: na China, especificamente em Shenzhen. Morei lá por 5 meses, sozinha.
Adquiri uma maturidade e experiência de uma maneira tão rápida e precoce, que aos 16 anos já me sentia preparada para mergulhar de cabeça na minha primeira oportunidade como atriz, em Malhação, atuando nas temporadas de 2007 e 2008.
O ofício da atuação também entrou em minha vida de uma maneira surpreendente.
Minha agência me aconselhava a tentar fazer mais testes de publicidade (com falas) já que esses trabalhos pagavam mais. Foi assim, de uma maneira despretensiosa, que acabei participando de um teste para Malhação.
Na ocasião, não tinha experiência na área e tinha plena certeza que não seria aprovada.
Mas aconteceu! Do dia para a noite tinha conseguido meu passaporte para ingressar nesse universo tão lindo e incrível da atuação. De lá para cá eu nunca mais parei de exercer esse ofício, e hoje entendo que nada na minha vida aconteceu por acaso. Todos os caminhos me conduziram para a profissão que amo e que tenho certeza que nasci para exercer.
É de consenso (quase geral) que a arte está sucateada nesse momento do país. A classe artística vem sendo duramente atacada há anos, como se de alguma forma fôssemos os únicos responsáveis pelo rumo da nossa nação.
Vejo a arte como uma potência transformadora. Um filme, uma peça, um livro, podem oferecer uma nova perspectiva de vida para uma pessoa.
Uma nação sem cultura, é uma nação sem história, sem passado e com uma projeção de um futuro nebuloso que se desinteressa, negligência e rechaça qualquer tipo de apreço pelo conhecimento.
Considero esse cenário grave, mas tenho a esperança que estamos juntos lutando por um país melhor!
VAM: De modelo à dançarina, passando por atriz e cantora, Sophia Abrahão é definitivamente uma artista completa! Sophia como você iniciou no mundo fashion? Sempre gostei muito de moda e esse sentimento se intensificou bastante durante meu período como modelo. Era afetada por esse universo constantemente.
Às vezes, quando entro em um set, me pergunto que outro papel exerceria ali caso não fosse atriz ou comunicadora, e sem dúvida, o setor que escolheria seria o do figurino.
Me encanto por todo o processo e sei da importância da vestimenta na composição de um personagem ou mesmo na construção de uma personalidade que está diante das câmeras. Me expresso bastante através da moda. Para mim, ela funciona como uma forma a mais que uso para me comunicar com o público e também de fazer novas descobertas sobre mim e sobre minha identidade.
VAM: Quais são os maiores desafios da televisão e quais suas conquistas? Desafios sempre me atraíram, durante toda a minha trajetória. Comecei muito nova na televisão, e isso em si já gerou muito impacto na minha vida pessoal.
Mas com o tempo e com a maturidade, fui entendendo que era capaz de conciliar todas as minhas vontades de experimentação. Sem precisar me precipitar de maneira ansiosa.
Ao longo do meu percurso, pude exercer a minha carreira musical, minha carreira na atuação e também como apresentadora.
Sinto que o medo do fracasso nunca me paralisou. Mesmo sentindo todos os receios do mundo, nunca recuei diante de uma proposta de experimentar o novo e encarar o desconhecido. Acho que todas as fases foram essenciais para minha formação como artista e pessoa.
E diante de tudo isso, posso afirmar com toda certeza, que o maior patrimônio que adquiri durante esse anos, foram meus fãs. Todo o apoio que recebo em cada momento e projeto novo é fundamental para mim.
Sem dúvidas, é um privilégio enorme receber todo esse carinho e ter a certeza que eles estarão comigo, me incentivando e me dando força a cada novo passo da minha vida.
VAM: No seu canal do Youtube tem milhões de seguidores e visualizações, nele explora diversas vertentes, como vlogs, entrevistas, interações com os seguidores, e aborda assuntos relevantes, como feminismo, culinária, moda, comportamento e lifestyle. Escolha um momento de bastidores e conte para os seus fãs, e conte mais sobre como acontece o Clube do Livro? O Clube do Livro é um dos meus projetos que mais tenho orgulho! Ele existe há três anos e é um dos maiores do país. Não tem fins lucrativos e é uma proposta de colaboração para a educação entre os mais jovens, apesar de contar também com a participação de um público mais maduro.
Funciona assim: mensalmente fazemos uma enquete no Twitter para escolhermos coletivamente o próximo livro a ser explorado pelo clube. A ideia desde o início é que o projeto fosse bem democrático e participativo.
Então, após o título ser eleito, estabelecemos o prazo que essa dinâmica levará. No fim do período pré estabelecido, organizo um debate online e discutimos sobre o livro que acabamos de consumir. É muito interessante e intrigante observar os diferentes pontos de vistas e interpretações a partir de uma mesma obra.
O Brasil é um país que, infelizmente, não tem o hábito da leitura.. Por isso, percebo que precisamos ter mais projetos voltados ao incentivo à cultura, e de alguma forma, me sinto grata em poder contribuir com esse movimento.
Recebo relatos constantes de como a leitura teve o poder transformador na vida dos inscritos do Clube, pessoas que antes pouco se interessavam por esse universo e que através do projeto se tornaram leitoras vorazes. E esse é um tipo de retorno que para mim não tem preço.
VAM: Você passou por várias capitais do Brasil com a turnê “Tudo que eu Sempre Quis Tour”, carregando uma legião de fãs e espectadores por onde passou. Além disso, em 2016, Sophia foi indicada ao Latin Grammy, principal prêmio de música mundial, como Melhor Artista Revelação. Sophia, como iniciou a sua carreira musical? Você participa da produção? E com quem seria o seu feat perfeito? Sempre fui uma consumidora assídua de música. Durante toda a minha vida foi como se eu necessitasse de uma trilha sonora. Não fazia nada sem meus fones de ouvido. Era e ainda sou obcecada por esse universo de descobertas, novidades e sentimentos.
Sempre amei fazer minhas pesquisas sobre música, sobre a vida e a história dos cantores, estudar os movimentos musicais que marcaram épocas, sobre curiosidades e tudo que envolvia e permeava esse campo tão fértil.
Mas tudo isso como observadora. Não podia contar que um dia estaria a frente desse cenário. Compondo, produzindo, cantando e me apresentando em um palco.
Foi como se de repente tudo aquilo que eu mais admirava fizesse parte da minha vida.
Não teve outro desfecho a não ser me apaixonar por essa vertente que agora tambem fazia parte da minha carreira.
Não sou produtora, mas amo participar desse processo. Gosto sempre de levar referências e discutir sobre as sonoridades que imagino para aquela faixa. Sempre respeitando também a sensibilidade artística de quem está produzindo minhas obras.
VAM: Em 2016, entrou na lista FORBES UNDER 30 – lista da revista Forbes com pessoas no Brasil de até 30 anos que se destacaram em suas atividades –. Você recebeu destaque na categoria cinema, televisão e teatro. Qual o seu sonho profissional? Me senti muito honrada por ter feito parte dessa lista tão importante. Foi uma grata surpresa!
Olhando para trás, não poderia imaginar que um dia estaria no grupo dos mais influentes do país.
A sensação de colher os frutos de uma trajetória que vem sendo construída por tanto tempo é indescritível. Mas obviamente ainda tenho muitos objetivos profissionais a serem concretizados.
Quero me desafiar cada vez mais como atriz, me jogar de peito aberto na apresentação e compor e produzir cada vez mais musicas..
Mas acima de tudo isso, meu maior termômetro de sucesso é poder escolher os próximos passos que darei na minha vida.
É ter a tranquilidade de escolher com calma e sabedoria meus próximos projetos e planejar sem ansiedade meu futuro.
VAM: Desde Malhação, acha que a aproximação com o público aumentou? Com certeza! Mantenho uma relação muito verdadeira e de proximidade com os meus fãs. Estou sempre conectada com eles através das minhas redes: Instagram, Twitter, FaceBook e pelo meu site. Nossos encontros presenciais também são sempre muito especiais. O nosso contato virtual é tão intenso, que quando encontro um fã pessoalmente, é como se já nos conhecêssemos há anos. Uma conexão difícil de explicar.
Eu acompanhei o crescimento deles assim como eles também acompanharam meu desenvolvimento pessoal e profissional.
Sou muito grata por todo esse carinho que venho recebendo ao longo de todos esses anos e sempre os tenho em mente quando planejo meus próximos passos.
VAM: Para você, qual foi o maior desafio em entrar para o elenco de "Rebelde"? Quando ingressei em Rebeldes, já havia feito trabalhos bem legais como atriz. Havia participado de duas temporadas de Malhação, estreado em uma série no MultiShow chamada “Bicicleta e Melancia” e também pisado pela primeira vez nos palcos atuando na peça “Confissões de Adolescente”. Mas um projeto que envolvia música, era novo para mim. Sendo assim, meu foco principal passou a ser me preparar para as turnês que viriam. Fizemos muitas aulas de canto e de dança para poder performar à altura do que foi proposto para nós como banda.
A repercussão foi imensa!
Fazíamos de dois a três shows por semana para um público enorme! Era inacreditável!
Rebeldes representa um momento extremamente especial na minha carreira e também uma realização única por ter feito parte de um projeto tão grandioso.
VAM: Você é ciumenta? Como você se definiria? Já fui mais. Hoje em dia, fazendo terapia, consegui entender que boa parte desse sentimento é causado pela insegurança.
Me sinto cada vez mais forte e cuido cada vez mais da minha parte emocional. Logo, acompanhado desse auto aprimoramento, veio a diminuição de qualquer sentimento de posse ou ciúmes.
Admito que ainda me sinto assim eventualmente. Às vezes caio em algumas armadilhas da minha própria mente, mas não tem comparação com a intensidade de emoções que um dia já senti.
VAM: É vaidosa? Como cuida da sua saúde física e mental? E o que tira você do sério? Não me considero vaidosa. Sinceramente, às vezes gostaria de ser mais. Sou daquelas que se pudesse só sairia de casa de calça jeans e camiseta preta.. hahaha.. mesmo no Rio de Janeiro.. por pura praticidade mesmo, porque como já disse mais acima, sou fã de moda, mas às vezes tenho preguiça de aplicá-la em mim mesma..
Mas a sorte de uma pessoa tão prática e ao mesmo tempo tão admiradora do universo fashion como eu, é poder trabalhar com isso.
Quando tenho um evento, uma personagem, um vídeo, uma publicidade para gravar ou um programa para apresentar, me jogo mesmo! Toda aquela objetividade do dia a dia se transforma em uma grande montação!
Adoro mudar, e me considero muito sortuda por trabalhar em um meio que me pede isso!
VAM: Como incentivar as mulheres a pensarem mais sobre o feminismo? Acredito que o feminismo é um movimento feito coletivamente. Quem me falou sobre essa maneira de enxergar o mundo pela primeira vez foi uma das minhas melhores amigas: Mariana Molina.
Eu desconhecia o impacto que observar as situações cotidianas através dessa ótica tem sobre nossas vidas.
Por isso aposto tanto na comunicação. Creio muito no poder transformador do diálogo.
É claro que muitas vezes nos sentimos impacientes.
Muitas vezes nos sentimos cansadas por termos que ficar repetindo e explicando o que parece tão óbvio. Mas ainda assim creio no diálogo. Por diversas situações na minha vida, ele foi mais eficaz que uma discussão acalorada.
O objetivo é nos comunicarmos, levar informações, dividir vivências e de alguma forma impactar a vida de outras mulheres. Se trata de força, de liberdade e de independência. Mesmo que esses conceitos muitas vezes soem um tanto quando utópicos.
Não podemos parar de avançar, não podemos parar de nos erguer.
O caminho ainda é longo, mas sinto que cada vez mais estamos andando em direção a uma sociedade mais equânime e de mais respeito.
Pode parecer um pouco ingênuo da minha parte, mas olho para o futuro com esperança. Sinto de coração que esse cenário vai mudar, e que estamos na direção correta.
VAM: Vamos encerrar essa entrevista falando sobre o futuro, temos projetos para 2022-
Quais são seus próximos passos? Em breve, estarei na série “Amores que Enganam”. Um projeto que tem sido uma experiência ímpar e muito especial.
A trama será filmada toda no México, especificamente em Guadalajara, o que pra mim representa uma experiência única.
Minha personagem é a Amanda, uma menina extremamente doce e romântica, que está prestes a realizar o sonho de se casar.
Estou apaixonada por ela e também muito feliz pela oportunidade de poder vivenciar o processo de estar rodeada por uma equipe essencialmente estrangeira. É uma experiência muito diferente de tudo que eu já vivi! Estou ansiosa para ver o resultado e dividi-lo com todos vocês!
Fotos: Galdino, Pedro Koeler
Parceiros apoiadores VAM: Dra Giselle Mello, Instituto Giselle Mello, São Paulo
Entrevista: Antonnio Italiano
Assessoria de Imprensa: Melina Tavares Comunicação
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