A arte ancestral de Moisés Patrício na galeria Karla Osório

Fundada em 2017 em Brasília, a Galeria Karla Osorio nasceu com o objetivo de valorizar artistas contemporâneos e fomentar reflexões inovadoras sobre o mundo por meio da arte.

Moises Patricio e Karla Osório.

A missão segue sendo cumprida agora também na sua filial em São Paulo, inaugurada em abril deste ano na Vila Mariana. “Senti a necessidade de uma presença mais efetiva na capital paulista, fundamental no mercado de arte no Brasil, sobretudo em período de Bienal”, diz a advogada Karla Osorio, que cresceu na capital federal e sempre teve olhos para as artes. “Herdei esta paixão de meu pai, coleciono arte desde os 15 anos”, conta ela, responsável nos anos 2000 pelo prestigiado espaço cultural ECCO, em Brasília, que exibiu trabalhos de Helio Oiticica, Cildo Meireles e Nelson Leirner, entre outros grandes nomes.

Localizada na rua França Pinto, na Vila Mariana, a Galeria Karla Osorio acaba de inaugurar a exposição “Jardim da Guiné”, do artista Moisés Patrício, que também integra a 36ª. Bienal de São Paulo. Com curadoria de Igor Simões, a mostra reúne obras inéditas e tridimensionais do artista paulista de 41 anos. Seu trabalho é marcado pela interseção entre arte, espiritualidade e identidade negra. Sua atuação promove diálogos entre arte, filosofia e religiosidade.

“A criação de Moisés é indissociável de sua própria vida”, reflete Karla, lembrando que além de artista visual e fotógrafo, Moisés é também babalorixá, dedicando-se à tradição afro-brasileira.

Moisés faz da galeria um pouco de jardim, de terreiro, onde o visitante se deixa levar, em obras em que convivem tanto a leveza da palha quando o concreto, ,e até mesmo uma planta natural originária da Guiné. “É possível dizer que Moisés Patrício opera na encruzilhada. Como Exu, seu trabalho transita entre tempos, espaços e materialidades.

O orixá, associado à comunicação e à linguagem, é quem rege o artista junto aos preceitos do candomblé, na vida e na arte.”, explica o curador Igor Simões.

Curador Igor Simões e o artista.

A exposição com 30 obras inéditas esta aberta até o dia 31 de janeiro de 2026.

Maria Lucia Segall e Karla Osório.

Por Andréa Dantas para a VAM Magazine.