top of page

CALLIL DJ, gaúcho, em destaque internacional

Uma história que começa nos bastidores e hoje ecoa nas pistas da Europa

ree

Antes de se tornar DJ, Callil já entendia o que fazia uma festa acontecer. Ainda adolescente, começou vendendo ingressos, produziu seus próprios eventos e aprendeu, na prática, a ler o público, o tempo e a energia de uma pista. Esse contato direto com as pessoas e com os bastidores foi o que, mais tarde, daria sentido à sua forma de tocar e de se posicionar como artista.


O encontro com a música eletrônica veio como uma descoberta definitiva. Ao observar a conexão entre DJ e público, Callil percebeu que ali existia uma linguagem própria, capaz de criar sentimentos, memórias e experiências coletivas. Foi nesse momento que decidiu unir a paixão pela música à bagagem que já carregava da produção de eventos, construindo uma trajetória consistente e com identidade.


Com sete anos de carreira, esse caminho começa a ultrapassar fronteiras. Em 2025, Callil realizou sua primeira turnê pela Europa, passando por Lisboa, Ibiza e Barcelona. Mais do que tocar em cidades icônicas, a experiência ampliou sua visão artística, fortaleceu conexões e despertou um novo desejo de expansão, agora também voltado à criação de oportunidades para outros artistas brasileiros.


Nesta entrevista para a VAM Magazine, Callil fala sobre o início da carreira, os desafios, a construção das próprias oportunidades, os bastidores da turnê europeia e os próximos passos de um artista que enxerga a música como troca, propósito e experiência. A matéria completa você confere a seguir.

ree

Callil, conta para a gente como você entrou no universo da música eletrônica e o que te inspirou a seguir como DJ profissional? Desde muito cedo comecei a me envolver com o universo dos eventos. Aos 14 anos, já trabalhava vendendo ingressos e, entre os 16 e 19 anos, passei a produzir minhas primeiras festas, entendendo na prática como funcionava o mercado e a dinâmica do público.

Por volta dos 19 para 20 anos, tive meu primeiro contato com uma festa de música eletrônica. O que mais me marcou foi a forma como o DJ conduzia a pista e transmitia sua energia para o público. Naquele momento, tive a certeza de que queria seguir como DJ, unindo essa paixão à minha experiência com produção de eventos.

Essa combinação entre tocar e produzir foi o que impulsionou o início da minha carreira e segue sendo, até hoje, um dos pilares do meu trabalho, conectando música, público e experiência de forma estratégica.


2. Quais foram os principais desafios que você enfrentou no início da sua carreira até começar a tocar fora do Brasil? Ao longo desses sete anos atuando como DJ, um dos maiores desafios no início da minha carreira foi aprender a lidar com a espera pelas oportunidades. No começo, eu acreditava que elas simplesmente iriam surgir, mas com o tempo entendi que, nesse mercado, isso dificilmente acontece.

A grande virada veio quando percebi que era necessário criar as próprias oportunidades: me movimentar mais, insistir, me dedicar e aproximar meus objetivos da realidade. A partir desse entendimento, comecei a ter mais agendas, a desenvolver projetos internacionais e, consequentemente, a tocar fora do Brasil.

Sem dúvida, um dos maiores desafios foi conquistar as primeiras datas, muitas vezes tendo que pedir, solicitar e insistir. Mas foi exatamente esse processo que me fortaleceu e construiu a base do artista que sou hoje.

ree

3. Você finalizou sua primeira turnê internacional pela Europa. Como essa experiência impactou você como artista? Expandir minha carreira para o cenário internacional sempre foi um grande objetivo, e 2025 marcou essa conquista. Após mais de um ano de planejamento e contatos com produtores e artistas no exterior, realizei minha primeira turnê pela Europa, passando por Lisboa, Ibiza e Barcelona.

Tocar em cidades que são referências mundiais da música eletrônica teve um impacto direto na minha visão artística e profissional. Foi uma experiência intensa, que ampliou meus horizontes e reforçou ainda mais o desejo de seguir expandindo minha carreira internacionalmente nos próximos anos.


4. Como foi a sua preparação para tocar em cada cidade, sabendo que cada público tem uma energia diferente? Cada agenda é pensada individualmente. Para mim, cada evento, cidade e pista exigem uma leitura diferente, então sempre estudo o perfil da festa para entender o que se encaixa melhor naquele contexto.

Tenho buscado trabalhar cada vez mais com minhas produções autorais e com faixas da minha gravadora, ajustando tudo de acordo com a energia do público e a necessidade do momento durante o set. Para as datas na Europa, esse cuidado foi ainda maior: fiz uma pesquisa específica para cada cidade e utilizei principalmente músicas do meu núcleo artístico, que é a base da minha forma de trabalhar.


5. Gravar um set em Ibiza foi um momento especial da turnê. O que isso representa para você? Gravar esse set em Ibiza foi o ápice da minha viagem e um dos momentos mais marcantes da minha realização como artista. Mesmo fora da temporada de verão, foi surreal sentir de perto a energia da ilha, que carrega uma conexão única com a história e a essência da música eletrônica.

Estar ali, vivendo aquele ambiente, foi extremamente intenso e positivo. Em breve, esse set estará disponível no YouTube e no SoundCloud como um registro especial desse momento. Sem dúvida, Ibiza foi um dos pontos mais altos de toda a experiência da minha turnê.

ree

6. Como nasceu a ideia de criar um projeto para levar DJs brasileiros à Europa? Além de me conectar com novas culturas e entender melhor o mercado europeu, um dos meus principais objetivos nessa viagem foi criar e fortalecer relações — e isso foi extremamente positivo.

Além de contatos que eu já tinha, surgiram novas possibilidades em cidades como Barcelona, Madrid, Ibiza e até Amsterdã, que nem fazia parte da rota inicial. Já estamos em conversas avançadas para organização de line-ups e trocas de experiências.

A ideia para o próximo verão europeu é possibilitar que mais artistas vivam experiências parecidas com a que eu vivi. A partir disso, nasce um novo projeto, que será anunciado em breve, focado justamente em criar essas pontes e oportunidades para quem realmente quer se desenvolver e viver a cena internacional.


7. Na prática, como funciona o projeto de mentoria e experiências para DJs brasileiros? O projeto "Mentoria" está sendo desenvolvido por mim em parceria com a DJON Academy, que foi fundamental na minha trajetória desde que passei a residir em Porto Alegre.

É um projeto que já vinha sendo planejado e que, em 2026, vai reunir um time de aproximadamente 10 DJs e produtores que desejam crescer e se posicionar melhor no mercado.

Dentro desse grupo, um dos pilares será a experiência da EuroTour 2026. Os artistas que tiverem perfil, preparo e condições de participar terão prioridade para integrar esse projeto europeu, que acontece de forma conectada à mentoria, unindo desenvolvimento artístico, estratégia e vivência internacional.

ree

8. O que um DJ brasileiro precisa desenvolver hoje para se destacar no cenário internacional? Acredito que seja um conjunto de fatores. Além do preparo técnico para tocar, é fundamental ter faixas autorais, estudar o mercado e entender o cenário onde se está inserido.

Hoje, não basta apenas ser DJ. O artista precisa atuar também como empresário, produtor musical e, muitas vezes, como seu próprio manager. É necessário ser multifacetado.

Focar em apenas um pilar e negligenciar os outros limita o crescimento. O DJ que entende isso, se prepara de forma completa e sabe aproveitar as oportunidades certas, naturalmente ganha espaço e destaque no cenário internacional.


9. Quais são os próximos passos e planos para 2026? Sem dúvida, os projetos ligados à EuroTour 2026 são um dos grandes destaques do ano.

Além disso, já posso adiantar um novo movimento para o verão brasileiro, entre novembro de 2026 e março de 2027, com foco na expansão da agenda na região litorânea de Santa Catarina, passando por Balneário Camboriú e Florianópolis.

Também está nos planos desenvolver pelo menos um evento próprio no Brasil em 2026, além de cumprir e fortalecer as agendas que já estão confirmadas e em negociação. Esses projetos marcam uma fase importante de expansão e consolidação da minha carreira.


10. Quais são suas principais referências musicais e como elas influenciam o seu som? Tenho diversas referências musicais de gêneros distintos. O Rock’n’Roll é uma influência muito forte desde muito cedo, algo que trago bastante para as minhas produções por meio de reworks e releituras de músicas clássicas, criando novas versões com a minha identidade.

Dentro da música eletrônica, minhas referências vêm tanto de DJs e produtores brasileiros quanto internacionais. Estou sempre pesquisando, entendendo o mercado e acompanhando novas tendências.

Amigos próximos também acabam se tornando referências, pela troca constante de ideias e experiências. Esse processo é contínuo: testar novas sonoridades, entender novas linhas e trazer elementos diferentes tanto para as minhas tracks quanto para a construção dos meus sets.

ree

11. Para finalizar, qual é o seu maior sonho como artista? Meu maior sonho como artista é fazer a vida das pessoas melhor através da música. Poder entregar algo que gere alegria, felicidade e conexão. Esse sempre foi o meu propósito.

Quero criar experiências novas, momentos que talvez muitas pessoas nunca tenham vivido antes. Chega um momento em que já não é mais apenas sobre mim, mas sobre as pessoas — e acredito que esse seja o ponto mais difícil e mais importante da caminhada de qualquer artista: encontrar o próprio propósito.

Tive a sorte e a bênção de encontrá-lo cedo. Hoje, todas as minhas ações são guiadas por isso: proporcionar momentos felizes, experiências marcantes e memórias que fiquem com as pessoas.

Comentários


bottom of page