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Cyberbullying: É essencial buscar ajuda

Dr. Robson M. Costa, Médico Psicólogo. Psiquiatria, Psicoterapia e Sexologia.


Foi em 29 de outubro de 1969 que ocorreu a transmissão do que pode ser considerado o primeiro e-mail da história, e hoje em segundos conseguimos elogiar, comprar, assinar contratos e aprender.

Com os avanços tecnológicos cada dia mais acelerados, o pensamento e a aptidão das crianças, adolescente e adultos se adaptam ao mundo digital, influenciando assim no aprendizado, na maneira de pensar o mundo e como agem quando estão com amigos, familiares ou em ambientes de trabalho.


Todo mundo que convive com crianças e jovens sabe como eles são capazes de praticar pequenas e grandes perversões. Debocham uns dos outros, criam os apelidos mais estranhos, reparam nas mínimas "imperfeições" - e não perdoam nada. Na escola, isso é bastante comum. Implicância, discriminação e agressões verbais e físicas são muito mais frequentes do que o desejado. Esse comportamento não é novo, mas a maneira como pesquisadores, médicos e professores o encara vem mudando. Já no mundo dos adultos é um pouco diferente.


Há mais de 15 anos, essas provocações passaram a ser vistas como uma forma de violência e ganharam nome: bullying (palavra do inglês que pode ser traduzida como "intimidar" ou "amedrontar"). Sua principal característica é que a agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem uma motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails ou mensagens ameaçadoras, coações, mensagens negativas em sites de relacionamento e SMS’s com fotos e textos constrangedores para a vítima foram batizados de cyberbullying. Aqui, no Brasil, vem aumentando rapidamente o número de casos de violência desse tipo.


Quando o bullying ocorre online, pode parecer que você está sendo atacado por todos os lados, inclusive dentro da sua própria casa. Parece que não há como escapar. Os efeitos podem ser duradouros e afetam uma pessoa de muitas maneiras:

  • Mentalmente — sente-se chateada, constrangida, incapaz, até mesmo com raiva

  • Emocionalmente — sente-se envergonhada ou perde o interesse pelas coisas que ama

  • Fisicamente — sente-se cansada (ou perde o sono), ou tem sintomas como dor de barriga e de cabeça

O sentimento de ser zombado ou assediado pelos outros pode impedir que as pessoas se manifestem ou tentem lidar com o problema. Em casos extremos, o cyberbullying pode levar as pessoas ao suicídio.


Recentemente Lucas Santos, filho da Cantora de forró Walkyria Santos cometeu suicídio aos 16 anos, o jovem teria atentado contra a própria vida após publicar um vídeo no TikTok, em que aparece em uma brincadeira afetiva com um amigo. A família atribui o ato a uma enxurrada de comentários motivados por homofobia, com isso no dia 5 de agosto, Walkyria Santos abriu live em seu Instagram e falou com os fãs e, na ocasião, deixou claro que pretendia fazer algo sobre o ciberbullying. "Hoje está mais difícil que ontem. A gente não para de chorar, a dor não passa, não. Vou lutar atrás de uma lei. Uma lei que vai ter o nome do meu filho, do meu anjo", disse ela. No mesmo dia, o Deputado Federal da Paraíba Julian Lemos começou um processo para tentar aprovar uma lei com o nome de Lucas Santos. Em um vídeo, a cantora se emocionou ao falar sobre o projeto e pediu ajuda para divulgar e pressionar pela aprovação da nova lei que tem por objetivo penalizar os “hatters” (pessoas que saem disseminando ódio e preconceitos) na internet.


Um boletim divulgado pelo Ministério da Saúde em 2019 mostrou um aumento expressivo das tentativas de suicídio em relação ao total de violência autoprovocada (casos de ideação suicida, automutilações e tentativas) entre os jovens de 15 a 29 anos, passando de 18,3% em 2011, para 39,9% em 2018.


No período, de um total de 340 mil casos de violência autoprovocada, 45% tiveram como vítimas jovens e adolescentes, vale destacar que os casos consumados de suicídio também cresceram. Entre 2011 a 2017, 6% dos jovens de 15 a 29 anos mortos violentamente no Brasil tirou a própria vida. A maioria eram homens entre o sexo masculino (79,0%).


Com todos alertas deixados pelo suicídio de Lucas, um adolescente vítima do ódio e da LGBTfobia no TikTok, e de tantas pessoas que sofrem e já sofreram com esse preconceito, é essencial a busca da ajuda de um profissional para recomeçar, também punir quem pratica esses atos.

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*Fontes: Novaescola.org; QuenGlobo; Unicef; Carta Capital.




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