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FLEXA e Claraboia apresentam Construção no vento

A 5a exposição da Flexa reúne, pela primeira vez em São Paulo, obras que convocam a dimensão  do vazio, do desejo e da suavidade

Lucio Fontana - 1967
Lucio Fontana - 1967

A Claraboia, em parceria com a Flexa, recebe a exposição intitulada Construção no vento,  com abertura marcada para o dia 16 de agosto em São Paulo. A parceria reflete o interesse da  Claraboia em articular projetos de arte contemporânea por meio da colaboração com artistas,  curadores, galerias e instituições que se alinham ao nosso programa e, assim como nós, buscam  novas formas de pensar e compartilhar arte. 


Com curadoria de Luisa Duarte e expografia de Daniela Thomas, a mostra tem no seu título  um paradoxo presente em uma reflexão de Nuno Ramos (1960–) sobre a poética de Mira Schendel  (1919–1988): como seria possível edificar em meio ao efêmero? Como pensar uma construção que  se dê por meio da volatilidade própria ao vento? 


A partir de quatro núcleos a coletiva reúne, por meio das obras de mais de 40 artistas, formas  de sensibilidade que escapam às lógicas pragmáticas e grandiosas, privilegiando o que reverbera  silenciosamente. O núcleo intitulado Gestos mínimos apresenta trabalhos que, ao adotarem certa  economia formal e se valerem de gestos ínfimos, sublinham aquilo que nos chega através de  movimentos contidos, nos quais há um gasto mínimo de energia aliado a um intenso potencial de  ressonância; Ativar o vazio, inspirado na afirmação de Mira Schendel, agrega produções capazes de  ressignificar a ideia de vazio, não como representação do nada, mas como aquilo que existe e afeta;  Paisagens rarefeitas reúne obras que tensionam o gênero clássico da paisagem, afastando-se do  naturalismo em direção a representações rarefeitas, nas quais o que se vê opera no limiar da  visibilidade. 


Se alguns aspectos da obra de Mira Schendel servem aqui como uma espécie de bússola, o  último eixo encarna o modo como Leonilson (1957–1993) abordava os campos em branco e os  vazios em sua produção, subvertendo certa assepsia característica do minimalismo. Esse é um modo  de fazer com que não apenas o vazio e o ínfimo compareçam na seleção de trabalhos, mas, com  eles, também o erotismo, o desejo e a dor. Através de enxertos ou pequenas inscrições no espaço  em branco, este núcleo remonta à face mais visceral de se pensar o sensível por meio da suavidade. 


A curadoria de Construção no vento reflete o programa da Flexa na medida em que artistas  consagrados, como Lucio Fontana (1899-1968), Mira Schendel, Tunga (1952-2016) e Adriana  Varejão (1964-), são convocados a dialogar com artistas emergentes, como Rebeca Carapiá (1988- ) e Juliana dos Santos(1987-), que estarão na próxima Bienal de São Paulo. Já Iole de Freitas (1945- ), nome importante da arte brasileira desde a década de 1970, produziu uma escultura  especialmente para a exposição, feita de papel glassine, fio de cobre e pedras, evocando uma série  de aspectos presentes no partido curatorial. 


A seleção de trabalhos também dá continuidade à sequência de mostras organizadas pela  Flexa e curadas por Luisa Duarte, que produzem uma espécie de comentário sobre o  contemporâneo. Permanece como pano de fundo uma tentativa de falar sobre o embotamento dos  afetos e as capturas da atenção e do tempo que nos atravessam incessantemente, fazendo das obras escolhidas, e dos arranjos expográficos propostos, possibilidades de produção de experiências  outras, capazes de avivar necessários sentidos inauditos. A mostra contará com texto da poeta e escritora Julia de Souza.  


Artistas confirmados:  

Adriana Varejão, Agnes Martin, Alexander Calder, Amilcar de Castro, Ana Matheus Abbade, Anna  Maria Maiolino, Anna Sant'Anna, Antonio Bandeira, Arorá, Carlito Carvalhosa, Cildo Meireles,  Eduardo Baltazar, Erika Verzutti, Ernesto Neto, Fernanda Gomes, Franz Weissmann, Hiroshi  Sugimoto, Iole de Freitas, Ione Saldanha, Ivens Machado, Jac Leirner, Jesus Rafael Soto, Juliana dos  Santos, Kishio Suga, Lais Myrrha, Leonilson, Leticia Ramos, Lucas Arruda, Lucio Fontana, Lydia  Okumura, Lygia Clark, Lygia Pape, Maria Laet, Mira Schendel, Paulo Monteiro, Rebeca Carapiá,  Sérvulo Esmeraldo, Siwaju. 

Cildo Meireles - 1967/1975
Cildo Meireles - 1967/1975

SERVIÇO 

Construção no vento abertura: 16 de agosto de 2025, encerramento: 4 de outubro de 2025.

Funcionamento: seg a sex, das 10h às 19h | sab, das 11h às 15h 

Curadoria: Luisa Duarte 

Curadora assistente: Daniela Avellar 

Expografia: Daniela Thomas 


Claraboia 

Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2906 - Pinheiros. São Paulo 


Fotos:

Lucio Fontana: Sergio Guerini Cildo Meireles:  Rafael Salim


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