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Regina Miranda apresenta Erosão, filme inspirado no desaparecimento da cidade de Atafona

O curta conecta a erosão costeira a desmoronamentos humanos e históricos, transformando ruína em arte e resistência.

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O avanço do mar sobre a cidade de Atafona, no norte fluminense, é uma das imagens mais dramáticas da erosão costeira no Brasil: centenas de casas já foram engolidas pelo oceano e a cada ano o mapa urbano encolhe diante da força das marés. É desse cenário real e perturbador que nasce Erosão, novo curta-metragem da diretora, coreógrafa e cineasta Regina Miranda, cuja pré-estreia aconteceu ontem, 26 de agosto, às 20h30, no Estação Net Rio.


O filme, de 15 minutos, transcende a denúncia ambiental para propor uma reflexão sensível: como lidar com os desmoronamentos íntimos, históricos e geográficos que moldam a experiência humana? A narrativa acompanha três mulheres, vividas por Adriana Bonfatti, Patrícia Niedermeier e Aline Deluna, que enfrentam perdas sucessivas e encontram na memória e no corpo uma forma de resistência.


Erosão nasceu da urgência em responder poeticamente à devastação ambiental e emocional que testemunhei em Atafona. O mar avança sem cessar, mas também nos convoca a imaginar novos modos de permanecer. O filme fala de perdas, mas sobretudo de esperança e reinvenção. É um convite a olhar para os escombros não apenas como fim, mas como possibilidade de recomeço”, afirma Regina Miranda, diretora.

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Com fotografia de Lucas Loureiro e trilha sonora de Bernardo Gebara, Erosão evoca práticas ritualísticas e espiritualidades afro-brasileiras, reconhecendo o mar como espaço de transformação e presença ancestral. A montagem fragmentada espelha a própria paisagem em ruínas, em diálogo com sonoridades experimentais e falas deslocadas do corpo, que ampliam a dimensão poética da obra.

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Regina Miranda soma mais de cinco décadas de trajetória nas artes, com reconhecimento no Brasil e no exterior. Após o Prêmio APTR de Direção de Movimento (2023) e o título de Mestra das Artes Brasileiras pela Funarte (2023), a diretora reforça, com este trabalho, sua vocação em cruzar linguagens e expandir os limites do cinema contemporâneo.

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Erosão é uma produção da Casa Cine Brasil, com produção de Alexei Waichenberg e produção executiva de Jeana Kamil. O curta marca mais um capítulo da pesquisa de Miranda em torno da memória, da resistência e do corpo feminino como território de transformação.

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