O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra foi celebrado neste 20 de novembro. A data foi instituída pela lei nº 12.519, em 10 de novembro de 2011. O nome faz menção ao líder histórico do Quilombo dos Palmares no Brasil Colônia, Zumbi dos Palmares, que representa um significado importante para o movimento negro neste país.
Este é um dia de reflexão a uma nação que foi construída por meio da escravidão. Fato histórico que deixou vestígios no decorrer dos anos na população brasileira e no consciente coletivo.
Reginaldo Almeida é um brasileiro afrodescendente que trabalha como engenheiro sanitarista ambiental na Ecolbio — empresa especializada em consultoria e gestão de projetos sustentáveis para empresas e organizações— comenta o significado da data para os afro-brasileiros.
“O Dia da Consciência Negra é um dia de luta para todos nós da etnia negra. É uma data de consciência mesmo. A minha estratégia e o que eu faço, eu não coloco o tema da negritude como minha bandeira de luta, mas a minha paixão pela profissão. Eu sei que existe o racismo no país e ele é ainda totalmente velado nas questões de igualdade e tem muito o que avançar” diz o engenheiro ambiental e sanitarista Reginaldo Almeida.
Além de representar uma luta, segundo ele a data tem um valor muito mais simbólico e relevante do que o dia 13 de maio de 1888, momento da história em que houve a abolição da escravatura no Brasil.
Pesquisas como a do IBGE, Síntese de Indicadores Sociais de 2018 apontam sobre a pouca inserção dos brasileiros afrodescendentes no mercado de trabalho, sejam eles como simples trabalhadores até como líderes de empresas e empreendedores, os negros são ainda a minoria. Há o racismo estrutural no país e a participação dos afrodescendentes na economia brasileira ainda não é significativa.
Empresas como a Ecolbio Consultoria e Assessoria Ambiental, lideradas pelo engenheiro e empreendedor Almeida, faz uma grande diferença na realidade do Brasil; demostrando que os negros podem reverter tais situações e ocupar espaços ativamente na economia e liderança.
“A Ecolbio hoje tem em seu quadro, três engenheiros afrodescendentes. Eu sou o Sócio proprietário e mais dois engenheiros que formam a equipe Ecolbio. A Engenheira Jéssica Meneses e o Engenheiro Washington Almeida, que atuam como consultores ambientais,” explica.
O papel do engenheiro ambiental no BrasilO Engenheiro e Sócio diretor da Ecolbio, Reginaldo Almeida, desde cedo na graduação percebeu a oportunidade de trabalhar como consultor e auditor ambiental. Consolidou o seu negócio e conquistou muitos clientes importantes, tais como: Sika do Brasil, Unigel, J. Alves Fertilizantes, Prosaúde, Prefeitura de Castro Alves, Prefeitura de Milagres, Camisas Polo Salvador entre outros.
A Ecolbio procura satisfazer as necessidades dos clientes em benefício do desenvolvimento sustentável.
O profissional do meio ambiente reflete sobre ser afrodescendente no país, com tantos problemas econômicos e raciais de longa data, onde os negros têm de superar muitas dificuldades para conseguir uma boa formação acadêmica, e ocupar posições de destaque no mercado profissional.
“Ser engenheiro ambiental num país onde o governo não prioriza as questões ambientais, é muito complicado. Nós, engenheiros ambientais, somos contratados para mitigar ou reduzir os impactos [ambientais], e ao mesmo tempo trazer soluções sustentáveis para as empresas, favorecendo ao meio ambiente,” informa.
O papel do engenheiro ambiental, de acordo com os dispositivos legais (que são as legislações), reforça que as atividades desse profissional estão atreladas diretamente as legislações vigentes. Por isso, os engenheiros ambientais têm de seguir tais leis, executar e buscar soluções que minimizem os impactos ambientais nas organizações.E por fim ele nos deixa uma mensagem sobre a representatividade de ser um engenheiro sanitarista ambiental afro-brasileiro neste 20 de novembro.
“É um dia de resistência! Porque a luta de todos os afrodescendentes é ter sempre de ‘se por à prova’ para comprovar sua capacidade intelectual e profissional, de forma muito mais acentuada que um branco (é um provar à toda hora). A consciência não tem cor: ela tem de ser uma consciência humana. Porque uma pessoa ou profissional negro é igual a qualquer outro,” conclui Almeida.
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