Kamilla Fialho - A empresária das carreiras de sucesso do Brasil
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Kamilla Fialho - A empresária das carreiras de sucesso do Brasil

A idealizadora da K2L conversou com a VAM sobre sua trajetória na indústria musical, vida pessoal, investimentos no FUNK e muito mais!

Por Antonnio Italiano

A empresária carioca Kamilla Fialho é fundadora da K2L, uma das maiores empresas de gerenciamento artístico do Brasil e já trabalhou em seus 20 anos de carreira com nomes como Anitta, MC Rebecca, Valesca Popozuda, Naldo, Mc Sapão e muito outros que estão gigantes no cenário funk e pop nacional.


Na juventude, a trajetória de Kamilla apontava para outro caminho. Ela foi vendedora, recepcionista de eventos e apresentadora de programa de funk. "Meu objetivo sempre foi empreender, fazer dinheiro, criar algo novo." Mas a gravidez mudou tudo e a jogou para os bastidores: "Fui para a geladeira, porque mulheres grávidas eram descartáveis." Com isso, fez nome ao descobrir e ajudar a formar profissionais de um gênero ainda mais marginalizado à época.


"Eu trabalho desde os 15 anos, era vendedora de shopping. Já trabalhei em duas lojas ao mesmo tempo. Depois, virei apresentadora do programa da Furacão 2000 e fazia eventos. Ficava 12 horas de salto, sorrindo para todo o mundo. Ganhava uma graninha, mas meu objetivo sempre foi empreender, fazer dinheiro, criar algo novo.


Quando acabou meu contrato com a Furacão, eu estava grávida. Já tinha assinado com outra emissora, mas fui para a geladeira, porque, naquela época, mulheres grávidas eram descartáveis. Como eu estava à frente das câmeras, era: 'Você vai engordar e, se vai engordar, não cabe'.

Fiquei sem saber o que fazer: grávida, perdida, aos 22 anos. Então, o pai da minha filha sugeriu que eu empresariasse o MC Sapão (1978 - 2019). Eu já era da Furacão e conhecia todo o mundo, mas insisti que não sabia empresariar. O Dennis me disse: 'Você é vendedora. Empresariar é vender pessoas. Com o resto você vai se adaptando e batendo cabeça'. - comenta Kamilla.


Além de fundadora da K2L, a empresária também é talent hunter e recentemente se tornou uma podcaster de destaque. Inclusive, algumas de suas últimas entrevistas geraram destaque na mídia por ser transparente demais sobre os bastidores da música, quando a empresária falou sobre o poder econômico da Música Sertaneja no Brasil. Atualmente, além de trabalhar com Kevin o Chris, a empresa de Fialho também gerencia a carreira da funkeira Pocah e do grupo 3030.


Ela é a empresária das carreiras de maior sucesso do Brasil, com estrutura de artepop no FUNK modificou pensamentos em gestões e estratégias autorais aplicadas em carreiras de artistas que buscam o reconhecimento e sucesso financeiro, transformando a arte de quem desacreditava em dinheiro. Para a VAM Magazine, Kamilla fala sobre carreira e carisma, fama e sucesso, investimentos e negócios. A alegria é imensa e o orgulho também! Leia a seguir a entrevista completa:

VAM: Kamilla, é mais que honra para mim poder entrevistar você, sou um empresário jovem, e ter você na Magazine que eu mesmo fundei e posicionei no mercado nacional de hoje com os maiores nomes da música, tv, cinema e negócio nas capas VAM é gigante ter esse encontro com a maior empresária musical do Brasil. Então, por admiração ao seu desenvolvimento pessoal e profissional, gostaria de abrir essa entrevista querendo saber: Qual o seu sonho pessoal com tudo que construiu? Obrigada pelo convite, foi uma honra. Hoje fica difícil dividir meu sonho pessoal do profissional uma vez que meu sonho pessoal é ver minha filha encaminhada vivendo do trabalho dela rs!


VAM: Acredito que a partir dos sonhos conseguimos realizar as nossas buscas profissionais, então Kamilla, quando um artista inicial te procura, o que você acredita que eles estejam buscando no seu trabalho? Eu sempre cuidei muito dos meus artistas, e quando falo cuidar não falo só de fechar grandes contratos, coloca-los em grandes oportunidades, mas ter um zelo como ser humano, entender o que se passa na cabeça dele tanto do lado pessoal x profissional e tentar melhorar a vida dele como um todo a ponto da confiança que eles depositam em mim sempre acaba tomando uma proporção enorme, então eu acho que quando um artista me procura o foco é de fato o trabalho que desempenho e o que eu posso proporcionar pra ele profissionalmente com meu know-how de mercado e minha bagagem, mas além disso eles buscam por alguém que zele por eles e os faça crescer não apenas no mercado mas como seres humanos talentosos e fazer algo que eu sempre faço – estimular esse talento da maneira mais saudável, organizada, profissionalmente e humana possível.


VAM: Impossível não falarmos dos gêneros musicais do Brasil que hoje ganham as rádios do mundo inteiro. Há alguns dias você esteve em um podcast e comentou sobre a aceitação das rádios pela música sertaneja, comparando com outros gêneros como o funk. Você acredita que as rádios tenham poder de manipulação de carreiras e segmentos? Com o streaming forte, ainda precisamos do apoio das rádios? Não acredito que manipular mas tendenciar, com certeza. Porém estamos vivendo um momento onde é preciso ser onipresente e nesse caso a rádio mesmo sendo um dos principais pilares na divulgação de uma música, não é a única. Eu sigo acreditando na força da rádio, assim como na força dos artistas, não é apenas sobre colocar a música na programação, tem que ter match entre aquele som e como ele vai performar na rádio, se não não faz sentido e a efetividade não é a mesma.


VAM: Quem inspira Kamilla Fialho, e qual o seu DNA? Atualmente Michele Obama, Camila Farani, Fátima Pissarra, Luísa Trajano são exemplos de mulheres que me inspiram , já dos homens que me inspiro Paulo Lemann e Alfredo Soares são dois homens de gerações e histórias diferentes, mas que me identifico muito. E sobre meu DNA sem duvidas o empreendedorismo.

VAM: Digitei no Google “Empresária musical” e só apareceu o seu nome. Quais são as maiores dificuldades que enfrenta com o seu trabalho? Sofreu preconceito por trabalhar com funk? Escolha um momento de bastidores e conte com exclusividade para a VAM? Que máximo! Não sabia que aparecia meu nome, rs! Na verdade eu até pouco tempo atrás evitava colocar meu nome no Google e isso vai de encontro com sua outra pergunta. A maior dificuldade sem duvidas está em ser mulher, mas sendo mais específica, são quase 20 anos de carreira, vários cases de sucesso, mais de 250 colaboradores “formados” pela K2L , e ainda sim ouço constantemente que minha participação em todas essas carreiras foi irrelevante. Rs! Mesmo eu tentando encontrar outros motivos que não sejam o fato de eu ser mulher, quando comparo minhas situações com empresários homens, não vejo absolutamente nada igual. Não vejo matérias onde objetivo é colocar dois homens como rivais, nunca vi. Então chego a conclusão que se eu fosse homem e tivesse passado por tudo que passei, aliás, situações inerentes a qualquer empresário, certamente seria mais leve. E por mais que as coisas estejam mudando, ainda sofro muito pra que outras não sofram no futuro, a batalha é diária, e além de questionar eu tento fazer meu papel nessa mudança. Ontem mesmo escutei que mulher não foi “feita” pra trabalhar , mas pra cuidar do homem que é quem deve assumir esse papel. Ou seja, ontem 06/03/2022 , é triste mas é real. Mas nada que a gente não siga batalhando pra mudar!


VAM: Quais os seus artistas eleitos como os melhores do Brasil hoje? Outra pergunta maravilhosa, rs! Não tenho condições de eleger os melhores artistas do Brasil, mas isso acontece por ótimo motivo, a democratização da música e todos os meios de divulgação possibilitou existir vários melhores do brasil. Se o artista consegue entender que a forma de trabalhar na música mudou, esse já tem destaque no meu coração. Hoje pra mim artistas onipresentes são os melhores do Brasil, não necessariamente aquele que tá no topo do Spotify ou fazendo 100 shows no mês. Mas se eu tivesse que escolher um nome diria Glória Glove , música, imagem, discurso, presença em todas as redes sociais e grandes mídias, fora o talento que é de outro mundo.


VAM: Se o artista não está na TV, ele não faz sucesso? Sem duvidas, sim. Tem artistas que não figuram nas principais plataformas que normalmente cantores almejam estar, como rádios, tvs , revistas, e fazem shows lotados e estão no top do Spotify. Mas é uma questão de escolha, de novo falamos em adaptações, antigamente a música estourava nas rádios e o artista ganhava espaço na tv, hoje você precisa ter um discurso, posicionamento, e obviamente músicas de sucesso.


VAM: Kamilla, existe uma fórmula para um bom show? O que acredita ser essencial para ser um espetáculo dos seus agenciados? Não existe fórmula pra nada na música, rs! Mas acredito que um show pensado em proporcionar experiências únicas no público ganham destaque e fazem o artista não depender de músicas estouradas para ter procura de show. Ah! Ensaiar é algo que as pessoas na música urbana não tem costume de fazer, sendo que ensaio é recorrência que gera excelência.

VAM: Tilia é sua super promessa como mãe, investidora e agente. Comente como é importante o preparo de um artista? Como é esse processo para a imersão no personagem que precisará de exposição? Outra pergunta ótima! A Tília faz parte do casting da k2l como todos os outros artistas fazem, mas não sou eu quem fico à frente da carreira dela principalmente pq como todo artista do zero, demanda muita atenção. Preferi dividir nossas funções para que não atrapalhasse nossa relação de mãe e filha. No início ela chegou achar que eu não acreditava nela por ter agido dessa forma, mas hoje ela entende e acho que até prefere. Tenho sócios maravilhosos que entendem o mesmo o até mais que eu de empresariamento, junta a minha experiência com conhecimento deles de mercado e chegamos em lugares muito maiores do que se eu estivesse sozinha fazendo tudo.


Hoje sou sócia de 5 empresas e cada sócio tem seu papel em cada em empresa. Especificamente na k2l quanto a Tília, Não sou eu que fico de frente. Agora falando sobre esse processo de imersão no personagem, só entende quem passa por ele e não é nada fácil. São no mínimo 8 horas por dia respirando uma agenda intensa de estudos, compromissos profissionais e muito estúdio. Eu costumo dizer que se agenda tá vazia algo de errado deu no planejamento, então é nossa obrigação preenchê-la de acordo com às necessidades de a cada artista.


VAM: Falando em exposição, imagem e investimentos. No que você investe o seu dinheiro? E além da música, qual a sua visão sobre o mercado de Magazines? No espaço “People”, agenciaria uma revista? Eu sempre “guardei” dinheiro. Acredito que nas minhas maiores crises o que me salvou foi esse pensamento. Mas nunca me aprofundei em entender sobre investimentos, estou sempre buscando empresas com cabeças jovens e empreendedoras no mercado de investimentos pra me orientar. Mas faço do básico ao arriscado, o segredo pra mim é diversificar, sempre. Sobre as magazines, eu enxergo como total prioridade na hora de montar o plano de mídia dos meus artistas. O papel que vcs e exercem na comunicação como todo é fundamental. Sobre agenciar uma revista no núcleo people, nunca pensei a respeito, mas vou dividir com Vanessa minha sócia que é quem cuida dessa vertical na empresa. Mas adorei a ideia, amo novos negócios

VAM: Marketing de influência é o futuro? Acredito que faça parte do futuro, mas não define. Não acho que o marketing de influência seja uma buzzword. Estamos num momento de bolha sim, porque é uma tendência agora e todo mundo quer pegar seu dinheirinho ali. A indústria é grande, tem vários nichos, acho que apenas os mais preparados são os que vão ficar”.


VAM: Na moda, qual o seu estilo e quais marcas do Brasil admira? Qual perfume está usando? Confesso que moda não é meu forte, não tenho o dom e pra não correr o risco de errar prefiro ser orientada por um profissional. Perfume eu misturo vários pq enjoo com muita facilidade, mas amo a maioria da Carolina Herrera .


VAM: VAMos falar de saúde mental, como cuidou da sua e o que faz para descansar? Já teve alguma crise de exaustão por trabalhar tanto? Fiz 10 anos de terapia e sigo a procura de outras pra testar, acho que isso é o princípio básico do cuidado necessário a saúde mental. Além disso amo viajar pra lugares pé na areia, sou alucinada por praia e é nela que me reconecto, sempre. Nunca tive nenhuma baixa ligada à exaustão, graças a Deus. E falando nele, sou cadelinha de Deus, meu maior alicerce!


VAM: E para agora 2022, quais os seus sonhos e objetivos profissionais? Meu maior sonho pra 2022 é enxergar a estabilidade novamente, poder planejar os próximos anos como sempre gostei sem esse medo constante de que a qualquer momento tudo será fechado novamente. Acho que a pandemia mexeu com todo mundo, mas pra quem trabalha com shows gerou uma incerteza tão grande que mexeu muito com o psicológico das pessoas. Hoje tudo que almejo está focado nas empresas que tenho e que elas continuem fortes e cada vez mais se solidificando como referencia e que ao mesmo tempo eu possa viver uma vida leve no meu lado pessoal.


VAM: Para finalizar, o que significa ter sucesso para você e qual conselho daria para todas as pessoas que estão já trabalhando com música? Ter sucesso é poder viver do que se ama, isso sim é sucesso. Todos os dias ouço milhões de histórias de pessoas que por obrigação trabalharam uma vida inteira no que não gostam por necessidade financeira, por obrigação dos pais, ou qualquer outro motivo, e quando me vejo trabalhando com que amo há tantos anos, percebo claramente meu sucesso. E meu conselho pra quem já está na música? Não se acomodem nunca, estejam sempre inovando e pensando em novas maneiras de crescer, só esse movimento já gera outro e assim sucessivamente. Desistir nunca é uma opção !

Editor chefe/Entrevista: @antonnio.italiano

Assessoria: @ari.prensa







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